terça-feira, 31 de julho de 2012
PAÓ
O Paó (bater palmas) vem como tudo dentro
do rito de uma interação e respeito de energias.
O Paó chama à presença, invoca;louva o SER alulidido
ou um elemento de àse;
Como todos os elementos do culto são eficazes entre
o àiyé e o òrun.
Toda a formulação de som nasce como uma sintese,
como um terceiro elemento provocado pela interação
ativa de dois tipos de elementos genitores: a mão ou a
baqueta percutindo no couro do tambor, a vareta batendo
no corpo do agogo, o pêndulo batendo no interior da campainha àjá,
a palma batendo no punho.
O som é conduzido por Èsù.
A palavra como o som é atuante, porque é condutora do poder do àse,
do hálito, da saliva, etc.
O paó é louvado à tudo, principalmente Èsù (Orixa), o grande condutor de energias.
A sequencia a quantidade faz alusão sempre ao movimente -3- uma
sequencia de som repetido 3 vezes também fazendo referência aos
"9 Orun", contido em Ìgbá-odù.
Eis o fundamento do Paó...
quarta-feira, 11 de julho de 2012
O FUTURO DO GRUPO CURIMBEIROS DE SENZALA
O QUE NOS AGUARDA....
Setembro - 3º Festival Aldeia de Caboclos
Outubro - 1º Encontro de Curimba do Grupo Emoriô
Novembro - O tão aguardado 2º OSCAR DA UMBANDA 2012
VAMOS LÁ CURIMBEIROS DE SENZALA !!!!!!
quinta-feira, 5 de julho de 2012
OXOSSI
Divindade da caça que vive nas florestas.
Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado Ofá e um rabo de boi
chamado Eruexim.
Oxossi vive na floresta, onde moram os
espíritos e está relacionado com as árvores e os antepassados. Relaciona-se com
os animais, cujos gritos imitam a perfeição, é caçador valente, ágil, generoso,
propicia a caça e protege contra o ataque das feras.
Ele está associado ao frio, à noite, à lua;
suas plantas são refrescantes. Leva um elegante chapéu de abas largas
enfeitadas de penas de avestruz nas cores azul e branco. Leva dois chifres de
touro na cintura, um arco, uma flecha de metal dourado. Sua dança simula o
gesto de atirar flechas a direita e para esquerda, o ritmo é “corrido” na qual
ele imita o cavaleiro que persegue a caça, deslizando devagar, às vezes pula e
gira sobre si mesmo. É uma das danças mais bonitas do Candomblé. Orixá das
matas, seu habitat é a mata fechada, rei da floresta e da caça, sendo caçador
domina a fauna e a flora, gera progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do
sustento, garante a alimentação em abundância, O orixá Oxossi está associado ao
Orixá Ossain que é a divindade das folhas medicinais e ervas usadas nos
rituais. No dia a dia encontramos Oxossi no almoço, no jantar, enfim em todas
as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura,
permitindo bom plantio e boa colheita a todos.
CARACTERÍSTICA
Cor: Verde ou Azul Celeste
Símbolo:
Ofá
Data
Comemorativa: 20 de Janeiro
Sincretismo:
São
Sebastião
Saudação:
Odé
Koke Maior !, Okê Bambi o Klimi !, Arolê !
Okê
Arô! (de seu brado majestade)Pedras: Esmeralda, Amazonita
Saúde: Aparelho Respiratorio
Dia da Semana: Quinta Feira
Animais: Tatu, veado (Qualquer tipo de caça)
Comidas: Axoxô - milho com fatias de coco. Frutas.
Numero: 6
Incompatibilidade: Mel, Cabeça de Bichos (nos sacríficos e alimentos) e Ovo
Algumas Qualidades: Êboalama, Oré, Inlé ou Erinlè, Fayemi, Ondun, Asunara, Apala, Agbandada, Owala, Kusi, Ibuanun, Olumeye,Akanbi, Alapade, Mutalambo.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
OGUM
Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral.
Ogum é o deus do ferro, a divindade que
brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim
seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os
que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, agricultores
e hoje dia mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as
picadas na mata e derrota exércitos inimigos; é também aquele que abre os
caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fabrica num
área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de
transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas
vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os
sacrifícios. Ogum é dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protegem as
portas de entrada das casas e templos, um símbolo de Ogum sempre visível é o
màrìwò (mariô) – folhas do dendezeiro (igi ope) desfiadas que são colocadas
sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção.
Uma frase muita dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum é a seguinte: " Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún ". (Uma pessoa pode trair tudo na Terra, só não deve trair Ogum).
CARACTERÍSTICAS
Cor: Vermelho ou Azul
Marinho.
Símbolo:
Espada,
ferramentas, ferradura, lança e escudo.
Data
Comemorativa: 23 de Abril
Sincretismo:
São
Jorge
Saudações:
Ogum
Yê meu pai! (Salve o Senhor da guerra),
Geci
Geci Patakori Ogum Aneji
Pedras: Granada, Rubi, Sardio
Saúde: Coração e Glândulas Endócrinas
Dia da Semana: Terça Feira
Animais: Cachorro, Galo Vermelho
Comidas: Cará, Feijão mulatinho com camarão e dendê. Manga espada.
Numero: 2
Incompatibilidades: Quiabo
Algumas Qualidades: Mege, Tisalê, Xoroquê, Ogunjá, Onirê, Alagbede, Omini, Wari, Erotondo, Akoro Onigbe.
terça-feira, 3 de julho de 2012
SURGE A PRIMEIRA EKEDY
Olissá criou a d’angola , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.
Aziri pegou então a d’angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.
Até que um dia Aziri resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza
.Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam o mesmo Aziri resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os voduns .
Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam vduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces.
Assim surgiu a primeira ekedy do ventre de uma mucama de Aziri.
Ekedy
A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedy, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedy é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou".
Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de "mãe", por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.
Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.
A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.
Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.
Existem na casa o cargo de YATENIN:é a primeira ekedi ;os olhos do sacerdote
SIDAGÃ:é a segunda ekedi ;é responsavel por vestir os voduns e cuidar de eleguá
EXU
A palavra Èsù em yorubá significa "esfera" e, na verdade, Exu é o orixá do movimento. De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele. No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes. Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú. Mas, o que significa a palavra elegbara? A palavra elegbara significa "aquele que é possuidor do poder (agbará)" e está ligado à figura de Exu. Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei. Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem. É o dono de muitas ervas e entre elas aquela denominada de "vassourinha de Exu", que tanto serve para efetuar atos de limpeza, como também é utilizada como sabão, para lavar roupas de santo, como se faziam antigamente. A sua frutinha é pequenina e amarelada podendo também ser comida. Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos. Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: "Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame".
EXU FAZ O ERRO VIRAR ACERTO E O ACERTO VIRAR ERRO
Exu e sua Multiplicidade Exu possui múltiplos e contraditórios aspectos. Devido a esta multiplicidade, ele desempenha diversas funções, produzindo vários nomes, como por exemplo, Èsù Alákétú. Alákétú é uma denominação real dos soberanos da região africana de Ketu e quer dizer, "Senhor de Ketu". Como o nome de outros soberanos de outras regiões africanas, temos: *Aláàfin de Òyò *Aláàye de Èfòn *Óòni de Ifè e assim por diante. Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha, conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este nome. Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos. Mas, não é só isso que leva os assentamentos de Exu. Alguns assentamentos possuem o vulto de uma figura humana com olhos para ver e para agir. Os assentamentos recebem nomes diversos como este Èsù Alákétú ou Èsù Ebarabo e outros mais.
A palavra Ìpàdé significa "encontro, reunião". Da contração desta palavra surgiu o termo "padé" que ficou para determinar o "ritual do padé". Nessa ocasião, todos os membros da casa devem estar no barracão. No momento do ìpàdé ou padé os Exus, Ancestrais, Orixás e pessoas filhos do egbé formam um conjunto muito importante. O ìpàdé não é uma festa pública, não podendo aí nesse momento haver nenhuma conversa por parte dos participantes. Todos permanecem abaixados, ajoelhados em esteiras sem olhar o que se passa a sua volta. Este ato é por causa de iyamin. Se uma pessoa levantar a cabeça em hora indevida, as iyamins podem cegar esta pessoa naquele momento. No ato do ìpàdé, só a Ìyamoró pode entrar e sair do barracão, pois a ela foi conferido um objeto (cuia) que a proteje como escudo dos perigos das ajé(iyamin). Na verdade, o ìpàdé é uma obrigação feminina. Não quero dizer com isso que homens não participem; apenas ressalto que quem controla o ìpàdé são as Iyá Mí Ajé ou "As Grandes Mães Feiticeiras".
Origem e História Exu (Èsù) é a figura mais controvertida do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia. Muitas são as confusões e equívocos relacionados a Exu, o pior deles o associa à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra. O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom em sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu cotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade. Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido por sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.
EXU FAZ O ERRO VIRAR ACERTO E O ACERTO VIRAR ERRO
Exu e sua Multiplicidade Exu possui múltiplos e contraditórios aspectos. Devido a esta multiplicidade, ele desempenha diversas funções, produzindo vários nomes, como por exemplo, Èsù Alákétú. Alákétú é uma denominação real dos soberanos da região africana de Ketu e quer dizer, "Senhor de Ketu". Como o nome de outros soberanos de outras regiões africanas, temos: *Aláàfin de Òyò *Aláàye de Èfòn *Óòni de Ifè e assim por diante. Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha, conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este nome. Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos. Mas, não é só isso que leva os assentamentos de Exu. Alguns assentamentos possuem o vulto de uma figura humana com olhos para ver e para agir. Os assentamentos recebem nomes diversos como este Èsù Alákétú ou Èsù Ebarabo e outros mais.
O RITUAL DE ÌPÀDÉ NO CANDOMBLÉ

O EXU EM SI...
UM POUCO DE CONHECIMENTO
Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também"
Para termos idéia da importância e precedência do ORI em relação aos demais ORIXAS;
"OGUN chamou ORI e perguntou-lhe, “Você não sabe que você é o mais velho entre os ORIXÁS”? Que você é o líder dos ORIXÁS? “
Sem receio podemos dizer, “ORI mi a ba bo ki a to bo ORISA”, ou seja, “Meu ORI, que tem que ser cultuado antes que o ORIXÁ” e temos um oriki dedicado à ORI que nos fala que “ Ko si ORISA ti da nigbe leyin ORI eni”, significando, " Não existe um ORIXÁ que apoie mais o homem do que o seu próprio ORI".
Quando encontramos uma pessoa que apesar de enfrentar na vida uma série de dificuldades relacionadas a ações negativas ou maldade de outras pessoas, continua encontrando recursos internos, força interior extraordinária, que lhe permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas vezes, mantém resultados adequados de realização na vida , podemos dizer, "ENIYAN KO FE KI ERU FI ASO, ORI ENI NI SO NI", ou seja, "as pessoas não querem que você sobreviva, mas o seu ORI trabalha para você", trazendo, nessa expressão, um indicador muito importante de que um ORI resistente e forte é capaz de cuidar do homem, de lhe garantir a sobrevivência social e as relações com a vida, apesar das dificuldades que ele enfrente. Esta é a razão pela qual o BORI, forma de louvação e fortalecimento do ORI utilizada em nossa religião, é utilizado muitas vezes, precedendo ou, até, substituindo um EBO. Isso se faz para que a pessoa encontre recursos internos adequados, esta força interior de que falamos, seja à adequação ou ajustamento de suas condições frente às situações enfrentadas, seja quanto ao fortalecimento de suas reservas de energia e consequente integração com suas fontes de vitalidade.
É importante dizer que é o ORI que nos individualiza e, por conseqüência, nos diferencia dos demais habitantes do mundo. Essa diferenciação é de natureza interna e nada no plano das aparências físicas nos permite qualquer referencial de identificação dessas diferenças. Sinalizando essa condição, talvez uma das maiores lições que possamos receber com respeito ao ORI;
"Uma pessoa de mau ORI não nasce com a cabeça diferente das outras.
Ninguém consegue distinguir os passos do louco na rua.
Uma pessoa que é líder não é diferente
E também é difícil de ser reconhecida.
É o que foi dito à Mobowu, esposa de OGUN, que foi consultar IFA.
Tanto esposo como esposa não deviam se maltratar tanto,
Nem fisicamente, nem espiritualmente.
O motivo é que o ORI vai ser coroado
E ninguém sabe como será o futuro da pessoa."
Para os Yorubás o ser humano é descrito como constituído dos seguintes elementos: ARA, OJIJI, OKAN, EMI e ORI.
ARA é o corpo físico, a casa ou templo dos demais componentes. OJIJI é o "fantasma" humano, é a representação visível da essência espiritual. OKAN é o coração físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação. EMI, está associado à respiração, é o sopro divino. Quando um homem morre, diz-se que seu EMI partiu.
Portanto um conselho: Para termos um Ori bom e próspero é fundamental cuidar sempre dos pensamentos, da saúde mental buscando harmonia, paz e positividade. Nossa mente é programável, e nosso Ori conduz nossa vida conforme a nossa consiência. Não adianta dizermos que somos filho de tal Orixá e que Orixá será o responsável por nossas condutas; Orixá é o caminho e energia pura, Ori é o o desejo, a sabedoria, o "EU", a consciência e harmonia que fará conduzir com inteligência e força nossa vida em direção ao caminho mais voltado a nossa real existência. Por isso, de nada adiianta ter Orixá e possuir um Ori em desarmonia pois a desarmonia da consciência fará com que conduza suas preces e energias a caminhos obscuros, distantes dos sonhos, cegos surdos às mensagens e sinais de nossos anteapassados.
HUMGEBÉ
Humgebé é o fio de contas sagrado ele representa o élo entre o orúm e o aiye.
É o fio de conta da vida e da morte,símbolo do próprio céu,do mundo espiritual,invisível e transcendente, o céu cósmico particularmente em suas relações com a terra.
Quando o médium morre,o humgebé vai com ele pois ele nos liga ao orum,nos traz o orum,e nos leva de volta ao orum.
A preparação de um humgebé é igual ou maior que a feitura de um filho incluindo,obrigações,cúrráns,z andros [efún] e mójúbas, etc. O poder do humgebé ultrapassa a mente humana,ele sempre nos aviza quando vai acontecer algo de muito grave. Na vida daquele filho ou no kwe [casa], a voz do humgebé está num grande segredo da nação jeje efõn, keto e angola ,é um segredo guardado a sete chaves,cada humgebé confeccionado pertence aquele filho e em hipótese alguma, pode ser usado por outra pessoa nem tocado por outra pessoa e quando um humgebé arrebenta ele tem que passar por todo um processo especial para ser reenfiado.
A confecção de um humgebé segue características rigidas, deve ter a quantidade certa de miçangas entre os corais e seu fechamento também é um só. Não se fecha humgebé com contas na cor do santo do yao e sim como se deve ser. Temos visto em alguns candomblés o humgebés enrolado no pescoço, esta é uma atitude que quebra todo o seu significado sagrado. A quantidade de corais que compõem um humgebé,ao contrario que muitos pensam, não é fixa, o comprimento de um humgebé, varia de acordo com a altura da pessoa, devendo sempre está um pouco abaixo do quarto chacra, em alguns seguimentos jeje ou fõn ,encontramos o humgebé composto por dois seguis, um no fechamento e outro no meio, que também é certo e correto.
O humgebé é composto de contas,coral e segui; o coral é a árvore das águas, participa do simbolismo da árvore [eixo do mundo] e do simbolismo das águas profundas,origem da vida no mundo. Sua cor vermelha tem simbolismo com o sangue,segundo uma lenda grega, o coral teria surgido das gotas de sangue derramado pela decapitação da medusa, o simbolismo do coral tem tanto a ver com sua cor, quanto com a rara particularidade que tem de fazer coincidir,na sua natureza, os três reinos: animal,vegetal e mineral.
Devemos lembrar também,do simbolismo guerreiro da cor vermelha,como símbolo da árvore da vida e das águas profundas, onde faz o elo entre vida e a morte. Sua cor vermelha é o simbolo universal do principio de vida,com sua força,seu poder e seu brilho,cor do fogo e do sangue,representa não a expressão, mas o mistério da vida e da morte. Um lado seduz, encoraja, provoca, o outro lado alerta, detém, incita á vigilância, este é com efeito,ambivalência do vermelho do sangue profundo escondido. Êle é a condiçao da vida,espalhando o significado da morte,o azul do segui,é mais profunda das cores,nele, o olhar mergulha sem o azul do segui,é a mais profunda das cores, nele, o olhar mergulha sem encontrar qualquer obstáculo, perdendo até o infinito. É também a cor mais imaterial e fria em seu valor absoluto,a mais pura, á exceção do vazio total do branco neutro. O conjunto de suas aplicações simbólicas depende dessas qualidades fundamentais aplicada a um objeto, a cor azul suaviza as formas, abrindo-as e desfazendo-as, desmaterializa tudo aquilo que dele se empregna, é o caminho do infinito,onde o real se torna imaginário.
Embutido no azul do segui, como podemos observar, há uma enorme simbologia religiosa e cósmica no nosso humgebé.
É também seguido com os seguis de acordo com o orixá de cabeça do babalorixá ou yalorixá. Sendo assim o fio dos filhos quando recebem 07 anos de santo, dos ogãs e das ekedys.
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