quinta-feira, 16 de agosto de 2012

OLUBAJÉ






MUITA GENTE PERGUNTA EIS A RESPOSTA:

O QUE É OLUBAJÉ?

(Olu-aquele que, ba-aceita, jé-comer ; ou ainda aquele-que-come)

O Olubajé, não é uma comida específica, mas sim um banquete oferecido à Obaluaiê.
São oferecidos pratos de aberém (milho cozido enrolado em folha de bananeira), carne de bode e pipocas.
Seus "filhos" devidamente "incorporados" e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa.
É uma oferenda coletiva para os Orixás da Terra e suas ligações – Omulu/Obaluaiê, Nana e Oxumarê, é aguardada durante todo o ano com muito entusiasmo, pois é nesta oferenda que os iniciados ou simpatizantes irão agradecer por mais um ano que passaram livre de doenças e pedir por mais um período de saúde, paz e prosperidade.
A celebração oferece aos participantes um vasto cardápio de "comidas de santo", e, após todos comerem, participam de uma limpeza espiritual, que evoca a proteção destas divindades por mais um ano na vida de cada um.
É uma das cerimônias mais importantes do Candomblé, e relembra a lenda da festa que ocorria na terra de Obaluaiê, com todos os Orixás, na qual ele não podia entrar. (ver lenda mais abaixo).

EIS A LENDA QUE UMA YÁLORIXÁ ME CONTOU QUANDO TINHA 6 ANOS DE IDADE E NUNCA MAIS ESQUECI :
Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Obaluaiê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

OBALUAÊ E OMULU






Obaluaê é uma flexão dos termos: Oba (rei) – Oluwô (senhor) – Ayiê (terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) – Oluwô (senhor), que quer dizer “ Filho e Senhor”. 
Obaluaê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Obaluaê (ou Omulu) é o Sol, a quentura e o calor do astro rei. É o Senhor das pestes, das moléstias contagiosas, ou não. É o rei da Terra, do interior da Terra, e é o Orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha – da - Costa), porque para os humanos é proibido ver seu rosto, pela deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a este poderosíssimo Orixá.
Obaluaê está no organismo, no funcionamento do organismo. Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos, ou por uma queda, corte ou queimadura.
Obaluaê rege a saúde, os órgãos e o funcionamento destes. A ele devemos nossa saúde e é comum, nas Casas de Santos, se realizar os Eboris de Saúde, que fazem pra trazer saúde para o corpo doente.
O órgão central da regência de Obaluaê é a bexiga, mas está ligado a todos os outros. Ele trata do interior, fundamentalmente, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Divide com Iansã a regência dos cemitérios, pois ele é o Orixá que vem como emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É Obaluaê (ou Omulu) que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquela alma.
Obaluaê também é o Senhor da Terra e das camadas de seu interior, para onde vamos todos nós. Daí a ligação que tem com os mortos, pois ele é quem vai cuidar do corpo sem vida, e guiar o espírito que deixou aquele corpo. É por isso que Obaluaê e Omulu gostam de coisas passadas, apodrecidas.
O sol também tem a sua regência. Ele também é o Calor provocado pelo sol quente. Há quem diga que não se deve sair à rua quando o Sol está quente sem a proteção de um patuá, a fim de não correr o riscos e não sofrer a ira de Obaluaê, geralmente fatal.
Obaluaê está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aqueles que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes.
Está presente nos hospitais, casa de saúde, ambulatórios, postos de saúde, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença mas, principalmente, a cura, a saúde. É o Orixá da misericórdia.
Obaluaê é à força da Natureza que rege o incômodo de um modo geral. Rege o mal estar, o enjôo, o mal humor, a intranqüilidade. É o Orixá do abafamento e está presente nele, bem como na má digestão e na congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.
Obaluaê está presente em todas as enfermidades e sua invocação, nessas horas, pode significar a cura, a recuperação da saúde.

Dia:segunda feira
Data: 16 de agosto;
Metal: chumbo;
Cor: preto e branco e ou preto, branco e vermelho;
Partes do corpo: a pele e os pulmões;
Comida: deburú (pipoca), abadô (amendoim pilado e torrado), Iatipá (folha de mostarda) e ibêrem (bolo de milho envolvido na folha de bananeira);
Arquétipo: sóbrios, reservados, generosidade destacada, geniosos, independentes, teimosos, tendência ao masoquismo.
Símbolos: xaxará ou íleo (com que limpa as doenças e os males espirituais)
Saudação: Atotô (significa silêncio)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CAMPEÃO CATEGORIA ESCOLHA DA AUDIÊNCIA OSCAR DA UMBANDA 2012


HOJE RECEBI A NOTICIA QUE O PONTO " ENCONTRO DO RAIO COM O TROVÃO " FOI O PONTO GANHADOR DA ESCOLHA DA AUDIÊNCIA NO OSCAR DA UMBANDA 2012....
O BRASIL INTEIRO PEDIU E FICO MUITO AGRADECIDO A TODOS!!!
SEI QUE FUI EU QUEM COMPUS O PONTO MAS NÃO SERIA NADA SE NÃO FOSSE ESSA FAMÍLIA MARAVILHOSA DA TU OGUM MEGÊ, CABOCLO FLEXEIRO E BAIANO ZÉ DO COQUINHO. E CLARO AO NOSSO MARAVILHOSO PAI LUCIANO...
JÁ LEVAMOS UM TROFÉU NO OSCAR DA UMBANDA 2012 EM NOVEMBRO...QUE VENHA MAIS.....
MUITO OBRIGADO MEUS IRMÃOS, EKEDYS, PAIS E MÃE PEQUENAS E A TODOS DA CURIMBA FILHOS DE OGUM OBRIGADO POR EXISTIREM....

É O GRUPO CURIMBEIROS DE SENZALA CHEGANDO PRA FICAR MESMO !!!!

EIS A FOTO DO NOSSO TROFÉU QUE VAMOS BUSCAR EM NOVEMBRO NA PREMIAÇÃO:


JÁ QUEM AINDA NÃO CONHECE A CANTIGA OU NÃO VIU O VÍDEO:


AXÉ A TODOS E MUITO, MAS MUITO OBRIGADO MESMO


ALAGBÊ ARTHUR TY OGUN E FAMÍLIA CURIMBEIROS DE SENZALA



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

BABAKEKERÊ E YAKEKERÊ





Babakekerê é o mesmo que Pai pequeno é a segunda pessoa na casa de candomblé.
Na ausência da Iyalorixá ou Babalorixá é ele que assume o comando. 

Está sempre presente e faz parte de todos os preceitos e obrigações.

A Iyakekerê ou Mãe pequena, é seu correlato feminino, é a substituta da mãe ou do pai de santo, seu sucessor eventual, lhe está imediatamente abaixo na escala da hierarquia, como administradora civil e religiosa do candomblé.

Esse cargo na maioria das vezes é ocupado pelo primeiro iniciado na casa de candomblé filha/o mais velho portanto. 

Pode ocorrer também, que o orixá da iyalorixá ou babalorixá escolha um outro filho que não o primeiro para ocupar a função, por questão de confiança ou por ser alguém da família.

Dependendo da casa, o pai pequeno ou mãe pequena será o primeiro da lista de sucessão ao cargo de direção da casa, no caso de falecimento do pai ou mãe de santo. 

Em outras essa decisão é só através do jogo de búzios, e em outras é hereditário, só pessoas da própria família, (ex:, Terreiro do Gantois) até hoje só mulheres da família assumiram o cargo de iyalorixá.

A palavra Pai Pequeno, pode ser utilizada de duas formas: 

Quando se refere ao cargo de uma casa de candomblé, e quando uma pessoa ajuda o babalorixá na iniciação de um neófito, ele será o pai pequeno desse neófito. 

Todo iniciado tem um babalorixá ou iyalorixá e um pai pequeno ou mãe pequena.

No caso é a pessoa que cuida do iniciado durante todo o período de recolhimento e o responsável pela educação do mesmo dia e noite na ausência do babalorixá.

A BENÇÂO A TODOS MEUS PAIS E MINHAS MÃES!!!!


FÉ NO ORIXÁ



A fé maior é a experiência do nada, do silêncio, da entrega maior em busca
de algo maior dentro e fora de nós mesmos. Ela é o código para a tramsformação,
para a energia do Ori se fundir com o Orixá.

Fé é a aptidão psicológica para "passar por desafios" por um objetivo. Difererente
da fé está a impaciência, a dúvida.

A FÉ é a força que determina a aptidão para a ação.

Convicção + certeza + ação + fé = MILAGRES!

Quando estamos inundadps dela, o que existe em nós é uma Estima alta, completa
existindo o sentimento de plenitude que nos leva a ação e a conquista de nosso objetivo
sem ação dos AJÉ (a contra inteligência, inveja, maldições, feitiços...).

Fé é crescimento e paciência, é ter certeza que o que você deseja e necessita já está ali.
É a força para vencer a contra inteligência chamada AJÉ.

A única forma possivel de adquirir conhecimento é através da fé. Continuamos nossos caminhos,
enfrentando os desafios diários pela fé. Vencemos a nós mesmo e a tudo na vida, com o poder da fé !
Pense nisso, coloque em seu coração, coloque em ação...

AXÉ !!!!!


terça-feira, 7 de agosto de 2012

ALAGBÊ



Um ALAGBÊ não como parece para muitos um BATUQUEIRO, cuja função
seja fazer barulho com o ATABAQUE, ILÚ, NGOMA ou com o TAMBOR
como muitos podem até o RUM< RUMPI e o LÊ.
Para ser um ALAGBÊ é necessario ter obrigação, ORIXÁS sentada nas devidas
vasilhas e suas ferramentas, conhecer cada um dos seus ORIXÁS, suas lendas
costumes, sua verdadeira energia.
Ter o conhecimento teórico igual do seu BABÁ, diferenciando apenas na 
pratica pois a seu BABÀ andou pela estrada e o pó do caminho ensina, mas
esses ensinamento está a disposição a quem deseja e faça por merecer.
Um ALABÊ além do conhecimento adquirido tem que ter muita diciplina
comportamento ético e claro discernimento sendo capaz de diferenciar cada
manifestação, o quando no ebós, é peça importante na chamada dos ORIXÁS
corretos com cada AXÉ.
Tem que ter firmeza, confiança no seu conhecimento.
O resultado de um AXÉ depende muito do bom desempenho do ALABÊ, 
trabalhando de maneira uma com seu BABÁ em prol de um resultado 
satisfatorio.
A função do ALAGBÊ, não se resume em apenas tocar a Ngoma (tambor), mas
sim, ter um conhecimento do fundamento que é necessario para desempenhar a
mesma.
Os tambores são tratados da mesma maneira que os assentamentos, recebendo
agrados enérgéticos, velas, etc; que traduzem a importancia dos mesmos nos
rituais e os ALAGBÊS são encarregados dessa administração.

A benção a todos Alagbês...





ALAGBÊ ARTHUR TY OGUN

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A SACERDOTISA DA COMIDA NO CANDOMBLÉ




O segredo desta culinária é comandado pela guardiã da cozinha, a Yabassê. Aquela que “muito faz e pouco fala.” Quando se fala da sacerdotisa da comida, as formas mais antigas de transmissão do conhecimento trazida pelas diversas etnias africanas vão ser evocadas: a observação e a convivência. E o mestre dos mestres será mais uma vez chamado: o tempo. O conhecimento ritual, o respeito, a criatividade e o comando apresentam-se como o perfil da Yabassê e orientam à sua escolha, mesmo que, hoje, nos “novos tempos,” poucas sejam as mulheres que se disponham a tal cargo; não pelo gosto, mas pelas funções assumidas por elas na sociedade.

A imagem da Yabassê apresentada pelos sacerdotes, remonta aos primórdios, quando Olodumaré, Deus, entregou o poder de criar e de tudo transformar às Grandes Mães. A velha que cozinha, divide, assim com o poder ancestral feminino esta força, assim como todas as mulheres. Daí recair sobre ela o tabu da impureza, que reflete as relações de poder, as tensões entre homem e mulher expressas em alguns mitos da sociedade yorubá, num ambiente onde embora sua função seja de procriar, ela goza de plena liberdade e independência dentro do grupo. Permitir que a mulher menstruada manipule a comida é expor toda a comunidade ao poder das Mães Ancestrais, que serve tanto para o bem, quanto para o mal. A Yabassê é, uma das pessoas que no terreiro, mais expressa essa força, pois trabalha com ela dia e noite, ao manipular a colher de pau para transformar grãos e alimentar tudo e todos, conservando, recriando e inventando.

Yabassé é portanto, Cargo feminino no Candomblé, mas que hoje já é determinado em alguns terreiros de Umbanda. É aquela que cuida, separa ingredientes e executa a comida do Santo. Chamada a cozinheira do Axé, é dela a obrigação de ver aquilo que o Santo mais gosta e executar os trabalhos de cozinha. A Yabassé faz também a comida que será oferecida aos visitantes nos dias de festa na Casa. Para exercer esse cargo é preciso que a mulher seja iniciada no Santo e receba a autorização do Pai ou Mãe-de-Santo para ser a cozinheira oficial dos Orixás.

SALVE TODAS AS YABASSÉS